sábado, 9 de maio de 2009
educação
Toda vez que falamos ou ouvimos falar sobre educação, geralmente temos a tendência de reduzi-la a um período, que normalmente fica situado entre os anos de estudo vividos por uma determinada pessoa. Com isso, fica claro que nossa intenção é sempre relacionar educação com estudo. Porém, seria esta uma interpretação correta, com um significado todo próprio e lógico? Ou não estaria ocorrendo uma tentativa de transformar todo um processo natural e gradual, num simples limite específico (espaço físico), que poderíamos denominar sala de aula? Sabemos que os estudos acadêmicos fazem parte do processo de educação do ser humano. No entanto, é equivocado afirmar e limitar educação à etapa de estudo. Além do que, educação é muito mais do que um período, que uma etapa, que uma tarefa, ou ainda que uma fase. Educação o processo em que o humano vai buscando trilhar o caminho do amadurecimento integral. Este processo não é momentâneo ou passageiro, mas sim uma dinâmica que precisa ser buscada e vivida durante toda a existência. Esta interpretação parece, em primeira instância, um tanto superficial, sem muito fundamento. Enfim, com um significado distante e irreal daquilo que é "normal" escutarmos cotidianamente. Destarte, precisamos deixar de lado a intenção de querer sempre simplificar concepções, para que as mesmas se tornem mais acessíveis à nossa compreensão. É justamente por isso que, muitas vezes, não damos tanto valor às coisas importantes, neste caso, à educação, contribuindo assim, para que a mesma vá perdendo seu brilho e seu valor originário. Não podemos deixar que todo um processo existencial do ser humano se encaixe dentro de uma concepção simplista que formulamos. Educação é passar de uma mentalidade ou de um senso comum a uma consciência. Significa sair de uma concepção fragmentária, incoerente, desarticulada, implícita, degradada, mecânica, passiva e simplista, para assumir uma concepção unitária, coerente, articulada, explícita, original, intencional, ativa e cultivada. De tudo o que foi dito, conclui-se que a passagem do senso comum à uma consciência é condição necessária para situar a educação dentro de seu significado primordial. Preocupar-se com a elevação do nível de consciência de todo um povo, de toda uma nação, é reconhecer na educação o sentido e o valor de nossa existência. A filosofia da "práxis" (costumes) não quer maternos na consciência primitiva do senso comum, mas busca, ao contrário, conduzir-nos a uma concepção de vida superior. Da mesma forma, deveria nossa consciência ser trabalhada para que o sentido da educação fosse sempre mantido, ou melhor, visto como a essência que move nossa consciência. A educação nos vem de três princípios básicos: a natureza, o homem, e as coisas. Assim, o desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a adquirida dos objetos que nos impressionam, por experiência própria, é a educação das coisas. Por isso, educação não é somente uma atividade é, acima de tudo, a construção de um saber que ultrapassa o sentido escolar e se torna uma construção permanente na vida do ser humano.
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